Quarteto Fantástico: Primeiros passos’ é o melhor dos 5 filmes da equipe da Marvel; veja ranking

Os fãs da “primeira família” dos quadrinhos da Marvel finalmente ganharam uma adaptação decente para os cinemas com “Quarteto Fantástico: Primeiros passos” – o quinto filme estrelado pelos personagens, agora em sua quarta versão.

A nova tentativa, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (24), não é apenas a primeira feita pela própria editora – é também a melhor graças a um ótimo elenco e a uma certa sensação de grandiosidade.

Nem sempre foi assim. Aliás, o quarteto já foi tão maltratado nos cinemas que o primeiro filme gravado, de 1994, nem foi lançado.

Já o mais recente, antes de “Primeiros passos”, foi tão ruim que espantou qualquer desejo pela franquia por quase uma década.

Não há uma alma viva que defenda a triste tentativa de reiniciar a franquia em 2015 – um fracasso tão grande que matou qualquer interesse pelos personagens por dez anos.

Talvez nunca se saiba totalmente o que fez o filme dirigido pelo então promissor Josh Trank (“Poder sem Limites”) dar tão errado.

Há quem culpe a falta de visão do jovem cineasta. Tem quem diga que as constantes intromissões do estúdio o impossibilitaram de realizar seu trabalho.

Mas o tom taciturno mais parecido com terror do que com a ficção científica pela qual a equipe é conhecida tirou toda a cor e alegria dos quadrinhos – e relegou o clássico vilão Doutor Destino (Toby Kebbell) a um monstrengo revoltado.

O resultado foi tão ruim que conseguiu ser ainda pior que a primeira tentativa de levar a equipe para os cinemas – uma que nunca viu a luz do dia.

4 – ‘O Quarteto Fantástico’ (1994)

Carl Ciarfalio, Rebecca Staab, Alex Hyde-White e Jay Underwood em cena de 'O Quarteto Fantástico' — Foto: Divulgação
Carl Ciarfalio, Rebecca Staab, Alex Hyde-White e Jay Underwood em cena de ‘O Quarteto Fantástico’ — Foto:

A infame primeira adaptação foi produzida por Roger Corman, conhecido em Hollywood por dirigir ou produzir mais de 500 filmes de baixo orçamento.

Sua participação no terrível “O Quarteto Fantástico” (1994) faz sentido para quem viu o filme, um novelão com protagonistas que mais parecem “cospobres” – sabe, aquelas fantasias improvisadas que nem tentam disfarçar sua tosqueira.

Se os visuais não fossem tristes o suficiente, a produção ainda precisou inventar um vilão por não ter o direito de usar o glorioso Homem-Toupeira, tinha atuações exageradas e uma trama na qual uma Sue (a futura Mulher-Invisível) ainda criança se apaixona por um Reed (o futuro Sr. Fantástico) já adulto.

Isso para não falar no pobre ator preso dentro da fantasia do Coisa, que mal conseguia se mover e por isso precisava andar igual a um boneco com poucos pontos articulados, com braços e pernas esticados. Dá para imaginar a qualidade das lutas.

Para ser justo, o filme – provavelmente sem intenção – soube respeitar o humor inocente das histórias da equipe.

E a única cena em que o Tocha Humana finalmente fica com o corpo coberto de chamas usa uma animação tão bizarra que é daquelas que dão três voltas completas e ficam quase boas de novo.

3 – ‘Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado’ (2007)

Doug Jones em cena de 'Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado' — Foto: Divulgação
Doug Jones em cena de ‘Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado’ — Foto: Divulgação

O segundo filme oficial da equipe, continuação daquele de 2005, foi desprezado na época.

Além de uma versão decepcionante do clássico Galactus, o devorador de planetas, a sequência apresentou uma versão irritante de Sue (Jessica Alba), muito diferente dos quadrinhos, e uma narrativa paralela com um general (Andre Braugher) totalmente desnecessária.

Com o tempo, no entanto, dá para dizer que algumas pessoas aprenderam a enxergar um pouco mais das escassas qualidades do filme.

É inegável que o visual do Surfista Prateado (Doug Jones, com dublagem de Laurence Fishburne) se sustenta até hoje. A versão no geral é muito fiel às HQs. Talvez até melhor que a de Julia Garner em “Primeiros passos”.

2 – ‘Quarteto Fantástico’ (2005)

Michael Chiklis, Ioan Gruffudd, Jessica Alba e Chris Evans em cena de 'Quarteto Fantástico' — Foto: Divulgação
Michael Chiklis, Ioan Gruffudd, Jessica Alba e Chris Evans em cena de ‘Quarteto Fantástico’ — Foto: Divulgação

Lançado na onda de sucesso de filmes de heróis do começo dos anos 2000, puxada por “X-Men” (2000) e “Homem-Aranha” (2002), “Quarteto Fantástico” é um produto de sua época.

Com efeitos visuais que não sobreviveram aos anos e um tom meio kitsch corroteirizado por um dos criadores de “Twin Peaks”, Mark Frost, a história de origem tem seus acertos – mas também tem uma porrada de erros.

É difícil não reconhecer o poder de um Chris Evans (o futuro Capitão América do estúdio da Marvel) como o debochado Tocha Humana, ou até a qualidade de Michael Chiklis (“The Shield”) como o Coisa, não dá bem para entender a escalação da pobre Alba. Ou, pelo menos, a peruca loira e a lente de contato azul gritante.

A história padrão de origem não era das mais inspiradas nem para um tempo ainda sem tanto filme de super-herói, mas o maior vacilo da produção só foi mesmo revelada anos depois.

Julian McMahon (1968-2025) até entrega um Doutor Destino digno – mas conquistou o papel no lugar de Robert Downey Jr., o ator responsável pelo sucesso bilionário da Marvel nas últimas décadas.

No fim, esse filme ficar com o segundo lugar só mostra como a liderança de “Primeiros passos” não quer dizer lá muita coisa.

1- ‘Quarteto Fantástico: Primeiros passos’ (2025)

Depois de Homem-Aranha e Deadpool, foi a vez da primeira equipe criada pela Marvel finalmente voltar ao estúdio da editora após passar anos nas mãos de terceiros.

“Primeiros passos” honra a equipe ao devolver um pouco do deslumbramento e da grandiosidade ao estúdio com a ajuda de um elenco certeiro – por mais que o resultado mesmo não seja lá tão fantástico.

Os novos ares introduzidos pela Nova York retrofuturista – um estilo que lembra bem o do desenhos “Os Jetsons”, com carros voadores nos anos 1960 – da obra e as proporções colossais de seu lado cósmico são os principais responsáveis por devolver à Marvel pelo menos parte da sensação de deslumbramento ausente em seus últimos filmes.

Dessa vez, o estúdio reforça a qualidade dos efeitos visuais, que superam até o hercúleo desafio de dar um pouco de dignidade à tradução para o “mundo real” do desenho original do capacete do gigante Galactus feito pelo lendário Jack Kirby.

Apesar de uma certa fadiga do superexposto Pedro Pascal (“The Last of Us”, “The Mandalorian”, “Gladiador 2”, “Eddington”, “Amores materialistas”), o ator constrói em seu Sr. Fantástico uma base sólida para que os companheiros se destaquem de verdade.

Joseph Quinn (“Stranger things”) e Ebon Moss-Bachrach (“The Bear”) emprestam todo o seu carisma ao Tocha e ao Coisa, respectivamente, mas é Vanessa Kirby (“Napoleão”) quem conquista as duas melhores cenas – a de ação e a emocional – da trama com sua Mulher Invisível.

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