Florescendo em Meio aos Espinhos: Um Olhar Multifacetado sobre a Exposição Online e o Respeito

Como mãe, acompanho com o coração cheio de orgulho a jornada da minha filha no universo da moda. Ver seu talento e dedicação ganharem reconhecimento nas redes sociais é motivo de alegria e celebração. No entanto, essa visibilidade crescente, inevitavelmente, traz consigo um lado sombrio: os chamados ‘haters’.

Sob a ótica da assessoria que também exerço, compreendo que a exposição online é um campo fértil para diversas opiniões. A crítica construtiva é valiosa e pode impulsionar o crescimento. Contudo, o que presenciamos muitas vezes ultrapassa a linha da discordância respeitosa, descambando para ataques pessoais, ofensas gratuitas e comentários carregados de negatividade.

Como advogada especialista em Fashion Law, sou profundamente conhecedora dos direitos de imagem e da honra. A internet não é terra sem lei, e a propagação de discursos de ódio e cyberbullying configura condutas ilícitas que podem e devem ser combatidas legalmente. É fundamental que se compreenda a responsabilidade por trás de cada comentário e a dimensão do dano que palavras podem causar.

Do ponto de vista da psicologia e da psicanálise, o comportamento dos ‘haters’ muitas vezes revela inseguranças, frustrações e uma incapacidade de lidar com a alteridade. Projetam suas próprias sombras e insatisfações no outro, utilizando a tela como um escudo para expressar agressividade de forma covarde. É um reflexo de uma sociedade que, por vezes, carece de empatia e de inteligência emocional.

É crucial ressaltar que discordar de uma escolha, de um estilo, ou de uma postura é um direito. O debate saudável e a troca de ideias enriquecem o diálogo. No entanto, a ofensa, a humilhação e o ataque pessoal são inaceitáveis e não contribuem para um ambiente online saudável e construtivo.

Minha filha, assim como qualquer pessoa que se expõe, merece respeito. Ela está construindo sua trajetória com paixão e autenticidade. Educar para o respeito, tanto online quanto offline, é um dever de todos. Precisamos cultivar a empatia, a escuta ativa e a capacidade de expressar opiniões de forma civilizada.

Que a luz que minha filha irradia não seja obscurecida pela sombra da maldade alheia. Que ela siga florescendo, forte e consciente do seu valor, sabendo que o amor e o apoio daqueles que a cercam são infinitamente maiores do que qualquer negatividade. E que a lei e a consciência coletiva nos ajudem a construir um espaço virtual mais humano e respeitoso.

Por: Dra. Ana Paula D’Emilio

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