A tecnologia Deepfake, que utiliza inteligência artificial para criar vídeos falsos incrivelmente realistas, vem ganhando destaque na mídia e gerando debates acalorados sobre seus impactos na sociedade. E no mundo da moda, essa tecnologia traz desafios e oportunidades inéditas, exigindo uma análise cuidadosa sob a perspectiva do Fashion Law.
O lado obscuro dos Deepfakes:
- Difamação e danos à reputação: deepfakes podem ser utilizados para criar vídeos falsos de modelos ou personalidades do mundo da moda em situações comprometedoras ou ilegais, causando danos irreparáveis à sua imagem e reputação;
- Assédio e exploração sexual: deepfakes podem ser usados para inserir rostos de pessoas em conteúdos pornográficos sem o seu consentimento, configurando uma forma de assédio e exploração sexual com graves consequências psicológicas e emocionais; e
- Violação de direitos autorais: deepfakes podem ser utilizados para criar conteúdo que infrinja direitos autorais, como vídeos falsos de desfiles de moda ou campanhas publicitárias, prejudicando criadores e titulares de direitos.
O lado promissor dos Deepfakes:
- Criação de campanhas publicitárias inovadoras: deepfakes podem ser utilizados de forma criativa e ética para produzir campanhas publicitárias impactantes, permitindo que modelos “vivam” diferentes épocas, estilos e personas;
- Democratização da moda: deepfakes podem ser utilizados para criar experiências de moda mais acessíveis e inclusivas, permitindo que pessoas de diferentes idades, etnias e biotipos “experimentem” roupas e acessórios virtualmente; e
- Preservação da história da moda: deepfakes podem ser utilizados para recriar desfiles e campanhas publicitárias clássicas, preservando a história da moda e tornando-a mais acessível às novas gerações.
Desafios e perspectivas jurídicas:
- Proteção da imagem e da reputação: O Fashion Law precisa se adaptar para lidar com os desafios dos Deepfakes, garantindo a proteção da imagem e da reputação de modelos, personalidades e marcas;
- Responsabilidade civil e criminal: É preciso definir as responsabilidades por danos causados por deepfakes, sejam materiais ou morais, e estabelecer sanções para quem os utiliza de forma ilegal ou antiética;
- Regulamentação e ética: A tecnologia Deepfake exige uma reflexão sobre a necessidade de regulamentação e sobre os limites éticos de sua utilização, garantindo o respeito aos direitos individuais e coletivos; e
- Educação e conscientização: É fundamental promover a educação e a conscientização sobre os Deepfakes, seus riscos e benefícios, para que a sociedade possa utilizar essa tecnologia de forma responsável e ética.
O Fashion Law e os Deepfakes representam uma nova fronteira na proteção da imagem e da reputação no mundo da moda. É preciso estar atento aos avanços tecnológicos e promover o debate jurídico e ético para garantir que a moda continue sendo um espaço de criatividade, inovação e respeito aos direitos de todos.