VAPE NA ADOLESCÊNCIA: O QUE DEVEMOS SABER?

Sucesso na Europa há anos, o VAPE chegou ao Brasil e aos poucos foi se popularizando entre os jovens.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 70% dos usuários têm, atualmente, entre 15 e 24 anos. Mas por quê?


Além de ser uma opção mais barata, é uma opção menos poluente, que não deixa cheiro e não amarela os dentes. Outro atrativo é a diversidade de apresentações, cores e sabores.
Os jovens são mais antenados e se tornam mais vulneráveis a modismos e novidades. Não é diferente em relação ao cigarro e suas variáveis. A pressão social, a influência de amigos e a superexposição a mensagens nas redes sociais, cinema e televisão faz com que eles tenham curiosidade de experimentar variações do tabaco como o narguilé e o cigarro eletrônico.


Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que daqueles que começam a fumar na adolescência, 50% morrem prematuramente na meia-idade, perdendo cerca de 20 a 25 anos de expectativa de vida em comparação aos não fumantes. Estima-se também que a iniciação precoce do cigarro pode levar ao uso de outras substâncias, como álcool e drogas ilícitas. 


Mas qual seria a consequência do VAPE na saúde dos adolescentes?
Em primeiro lugar, importante ressaltar que os Dispositivos Eletrônicos para Fumar são proibidos no país pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 46/2009. 
A diferença do cigarro eletrônico para o cigarro convencional é a sua constituição química. Os VAPES, supostamente, contêm concentrações maiores de nicotina, uma das substâncias com maior poder de vício conhecidas. Além disso, eles apresentam mais de 80 substâncias tóxicas que variam de acordo com o produto, tais como:


Propilenoglicol (cancerígeno);
Glicerina (causa inflamação nos pulmões);
Formaldeído e acetaldeído (cancerígenos);
Benzeno (pode causar leucemia);
Metais pesados (causam enfisema pulmonar); e
Diacetil (inflamação dos bronquíolos).


De acordo com um documento oficial lançado pelo CDC (Center for Disease Control), quando o propilenoglicol (que carrega a nicotina no cigarro eletrônico) é queimado a mais de 150ºC, libera 10 vezes mais formaldeído que o cigarro convencional.
A situação é tão grave, que existe um termo técnico para a doença do VAPE, a EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury), sendo os sintomas mais comuns a falta de ar, tosse, palpitação, dor no peito, tontura, dor abdominal, convulsões, entre outros.


Cabe a nós, adultos, mostrar aos adolescentes que o futuro não está tão distante quanto parece. Que as consequências de nossas escolhas podem ser graves e, muitas vezes, irreversíveis.
A geração Z, ou “Zoomers”, foram influenciados pela pandemia, se tornando justamente aqueles que dizem buscar mais qualidade de vida e sustentabilidade. E onde o VAPE se enquadra nesses objetivos? Vale a pena conversar com eles e fazer essas reflexões…

Por: Dra. Juliana de Rosis Dinato

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