Vizinho da famosa ilha de Bali, o Monte Rinjani, na Indonésia, entrou para o noticiário com o acidente envolvendo a brasileira Juliana Marins, que caiu em um penhasco durante uma trilha no local.
O monte, na verdade, é um vulcão. Destino turístico conhecido do país asiático para trekking, o Rinjani também dá nome a um parque nacional na ilha de Lombok, onde está localizado.
A atração é descrita como uma combinação de desafio físico e recompensa visual. Nas fotos mais frequentes, o destaque é o lago da cratera do vulcão, chamado de Danau Segara Anak (“filho do mar”).
Suas águas azul-turquesa se espalham por cerca de 6 quilômetros e têm mais de 200m de profundidade. No meio fica o cone vulcânico Barujari, que também é chamado de “”vulcão bebê”.
O cume do Rinjani permite desfrutar de uma vista deslumbrante da cratera, do lago e das ilhas vizinhas, como Bali e Sumbawa. Muitas imagens destacam essa paisagem no amanhecer, quando tudo vira um espetáculo de cores.
Segundo a publicação especializada em viagem, o destino é tão famoso entre quem pratica trekking que mais de 1.000 turistas tiveram que ser retirados do local durante os terremotos que atingiram a ilha em 2018. O vulcão permaneceu fechado para os visitantes durante vários meses seguintes.
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Cinza vulcânica é vista durante erupção de vulcão que fica em Monte Rinjani, na ilha indonésia de Lombok, em 25 de outubro de 2016 — Foto: Lalu Edi/Antara/ Reuters
Mas chegar ao topo do Rinjani requer preparo para encarar três dias de trilhas. Com seus 3.726m, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, atrás apenas do Kerinci, na ilha de Sumatra.
“Poucos realmente fazem o esforço muito extenuante necessário para alcançar o cume propriamente dito, preferindo parar na borda da cratera (aproximadamente 2.700 m), onde as vistas do lago da cratera são de tirar o fôlego”, diz o site do parque nacional.
“Fazer o esforço extra de subir mais 1.000 m até o topo exige um nível consideravelmente maior de preparo físico, sem falar na força de espírito e no senso de aventura”, completa.
O Rinjani é considerado um lugar sagrado pelos povos locais, que percorrem o caminho até o topo com oferendas para deuses e espíritos, descreve o Lonely Planet.
A capital de Lombok é Mataram, que possui um aeroporto internacional. Também existe transporte por ferry a partir de Bali. As trilhas costumam partir das cidades de Senaru e Sembalun.
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Ilha Lombok, na Indonésia, em foto de novembro de 2016 — Foto: Lasthib/Wikimedia Commons
A regras e os desafios
Não é permitido fazer trilhas no local entre janeiro e março, época de chuvas. A temporada seca, entre abril e novembro, é considerada ideal para a visita.
Também não se pode encarar o trekking por conta própria, alerta o Lonely Planet. A publicação diz ainda que o site oficial do parque tem bons mapas e informações, “além de uma seção útil com relatos sobre agências de trekking duvidosas”.
A entrada no parque custa cerca de US$ 12 (cerca de R$ 65) por dia, e todo o pacote sai por aproximadamente US$ 170 (R$ 930) por pessoa, no trajeto mais curto, de dois dias, segundo o Lonely Planet.
A publicação diz que a trilha mais longa, de três dias, até o cume do Rinjani, custa mais caro e é muito mais exigente.
Principais pontos:
1. Altitude imponente e paisagens de tirar o fôlego
Com 3.726 m de altitude, o Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, um estratovulcão ativo cujo cume oferece vistas panorâmicas sobre a ilha de Lombok e até Bali, em dias claros
2. A majestosa caldeira Segara Anak
No topo encontra-se uma caldeira de aproximadamente 6 km × 8,5 km, com o cristalino lago Segara Anak (também conhecido como “Filho do Mar”), posicionado a cerca de 2.000 m de altitude e com até 200 m de profundidade – um cenário idolatrado por fotógrafos e aventureiros
3. Trilha desafiadora e experiência completa de trekking
O percurso dura entre dois e quatro dias, cruzando florestas tropicais, campinas altas, encostas acentuadas e subidas exigentes. Nomes icônicos como as rotas de Senaru e Sembalun garantem aventura e superação, com acesso restrito apenas a trilhas guiadas
4. Diversidade ecológica e belezas escondidas
A região apresenta florestas protegidas, fontes termais e cachoeiras naturais ao longo da trilha. Além disso, o parque abriga espécies endêmicas, como a corujinha Rinjani scops owl, descoberta na década passada
5. Relevância cultural e reconhecimento internacional
Para a etnia Sasak e parte da tradição hindu, o Rinjani possui significado religioso. Em abril de 2018, sua caldeira foi incluída na Global Geoparks Network da UNESCO consolidando sua importância tanto cultural quanto geológica — inclusive por ter gerado uma das maiores erupções históricas (Samalas) em 1257
6. Turismo em expansão com riscos reais
Recebendo entre 40 e 50 mil visitantes anuais, o Rinjani tornou-se destino popular, mas também palco de acidentes graves: quedas em ravinas, neblina densa e terreno traiçoeiro, muitas vezes testando a resistência e preparo dos trekkingueiros
Por que o Monte Rinjani merece atenção especial
Atributo | Detalhes |
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Desafio físico | É uma escalada exigente, destinada a viajantes bem preparados e acompanhados por guias locais. |
Conexão com a natureza | A alternância entre ambientes tropicais, altas montanhas, lagoes e fontes termais oferece uma imersão rica e multifacetada. |
Beleza natural e contemplativa | O Segara Anak é cenário perfeito para contemplação, lembrando que cada esforço na subida é recompensado ao descer à caldeira. |
Importância cultural e científica | Reconhecimento da UNESCO e legado histórico (erupção Samalas em 1257) reforçam seu valor como patrimônio natural. |
Conclusão
O Monte Rinjani é mais do que um destino turístico: é uma experiência multidimensional, que mescla desafio físico, grandeza natural e significado cultural. Para a Volph Magazine, destacamos não apenas seu apelo estético, mas também os cuidados necessários: orientação especializada, preparo físico, engajamento com guias e atenção às condições meteorológicas são essenciais. Assim, é possível explorar seu esplendor com a segurança e responsabilidade que o ambiente sagrado e frágil requer.