Como a barreira entre mídia on e off-line está se dissolvendo

Se antes a televisão linear era o meio que ditava rotinas, pautas sociais e culturais, agora o vídeo cumpre esse papel com um caráter de personalização. O Google vem acompanhando de perto o cenário da mídia que, mais do que nunca, encara a dissolução das barreiras entre o off-line para uma migração quase que total para o online.

Tal transformação, segundo Gustavo Souza, diretor de produtos de publicidade do Google Brasil, está entre as mais importantes que acontecem no País, perdendo apenas para a ascensão da inteligência artificial. A transformação tem envolvido players inéditos, como empresas de telecomunicações, plataformas de mídia social e streaming, por exemplo.

Em evento realizado pela big tech nesta terça-feira, 6, o executivo pontuou três pilares principais deste novo contexto. O primeiro deles é o rompimento das últimas barreiras da mídia off-line, seguido da mudança impulsionada pelo desejo dos usuários e, por último, a integração dando um novo tom ao ecossistema, que representa a nova onda da mídia programática.

Nos últimos 10 anos vimos uma mudança significativa da Internet virando uma mudança de vídeo, como um formato principal de conteúdo que as pessoas consomem”, corroborou Luciano Eugenio, head de soluções de publicidade de YouTube e DV360.

Hábitos do Brasil

Em parceria com o Instituto Na Rua, o Google entrou na casa dos brasileiros para viver suas realidades. Ao todo, foram 150 pessoas em pontos de fluxo, de famílias de classe BC de São Paulo, Pernambuco e Goiás, entre a capital e o interior.

Entre as conclusões do estudo etnográfico está o fato de que as smart TVs são as novas protagonistas dos lares, proporcionando mais possibilidades de conteúdo a qualquer hora. Ainda, dados da Kantar Ibope Media indicam que 2 em cada 3 brasileiros já contam com TVs conectadas.

Para head de soluções de publicidade de YouTube e DV360 do Google, a CTV expande e personaliza o horário nobre. “Hoje a rotina pauta a TV e vemos isso acontecendo em diversos lares. A TV ainda é aquela fogueira na qual a gente se reúne em todo enquanto sociedade, mas a dinâmica mudou”, disse.

Um dos atores da nova dinâmica é o YouTube. De acordo com o Google, 80% do tempo de conteúdo consumido na plataforma são de criadores locais, um crescimento de mais de 400% desde 2021, que abrem um leque para diversas temáticas. Além do consumo de conteúdo local, outros temas que vem crescendo, em termos de consumo, são os famosos doramas, novelas turcas e até mesmo esportes internacionais, como as partidas de futebol americano da National Retail Federation (NFL).

Segundo o executivo, o sucesso da plataforma de vídeos se dá pelo seu caráter de conteúdo gratuito e acessível. Apesar da existência da assinatura sem anúncios, a penetração do plano ainda é baixa.

Ademais, o Youtube compartilha audiência com outros players. Segundo o Google, 37% dos domicílios consomem a rede simultaneamente à Netflix, e a mesma lógica vale para outras plataformas de streaming.

Integrantes em ascensão

A configuração inédita da mídia traz consigo também o out-of-home. Impactada também pela onda digital, mais de 50% das interfaces no País já são digitalizadas, conforme dados da Associação Brasileira de Out of Home. O canal abraça, além de relógios de rua e pontos de ônibus, por exemplo, a mídia indoor e o retail media, por exemplo.

“O meio se torna muito mais potente quando se pensa em estratégias de marketing e publicidade, mas o desafio é que temos agora muitas telas para lidar”, endossou Luciano Eugenio.

Daí cresce, então, a importância da mídia programática nos novos moldes para garantir maior assertividade no planejamento. Hoje, a DV360, plataforma de mídia programática do Google, conta com mais de 110 mil telas conectadas.

Neste sentido, agências e anunciantes tomam vantagem da digitalização a partir da perspectiva do usuário, e não mais por meio da compra de mídia via canais avulsos.

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