O chip da beleza chegou no mercado nos últimos anos trazendo a esperança de resolver alguns problemas que afligem as mulheres, como o cansaço, cuidados com a pele e até mesmo evitar que tivesse dores. Ele ganhou milhares de adeptos, mas foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Segundo a agência, ele não pode ser comercializado, manipulado e ter propaganda para o seu uso, porque há evidências contra a segurança do implante.
Anvisa proibiu o chip da beleza de ser comercializado — Foto: Reprodução: TV Globo
Para quem não conhece o chip da beleza, ele é um implante hormonal, como explicou Michelle Loreto. “É um tubinho com substância em pó que coloca na pele”. “O problema é que há médicos que vendem esses tratamentos com hormônios manipulados de forma indiscriminada, tanto como anabolizante ou superdosagem”, disse.
O matinal entrevistou Lia Cruz Damásio, ginecologista e diretora da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, que explicou que o problema desses tipos de implantes é que eles estavam sendo manipulados de forma livre, em diferentes lugares, com vários tipos de composições.
“Todo medicamente para ser lançado, ele precisa passar por várias etapas de pesquisa antes da etapa de comercialização. Então essa lacuna estava permitindo que houvesse uma brecha para se lançar novas medicações e associar ações, guias, drogas e doses ainda não adequadamente testadas”, comentou.
Ainda segundo a ginecologia, 30 sociedades médicas alertaram sobre efeitos adversos do implante. Ela complementa que como se trata de um medicamento que libera hormônios, o cuidado tem que ser ainda maior: “Vai que ele libera todos juntos?”, indagou.
Maria Beltrão revelou que perguntou a sua médica sobre o uso do chip da beleza e ele pediu para ela ficar longe do medicamento.
Problemas para o resto da vida
“Eu chamo de chip da feirura”. Foi assim que Karina e Vanuza, mulheres entrevistadas pelo É de Casa e que usaram o chip, resumem a experiência com o implante. Eles tiveram sequelas, que carregarão para sempre após acreditarem nas falsas promoessas.
Karina teve muitas acnes nas costas e no pescoço e pelos no rosto, o que a fez passar por tratamento. Depois teve trombose com infarto renal. “Foi o mais grave de todos. Eu perdi um pedaço do meu único rim”, relembrou. Ela ainda teve espeçamento do endométrio com sangramento, o que a levou a ser internada na UTI (unidade de tratamento intensivo).
Já Vanuza teve fortes dores na região pélvica e espeçamento endometrial anormal. Ela teve que tirar os dois ovários: “Estava quase morta”, revelou.
As duas relataram também a insensibilidade dos responsáveis após os efeitos colaterais. Karina disse que o médico não perguntou como ela tava após o tratamento, por exemplo. “Infelizmente, a oratória deles é muito boa. Que mulher não quer ficar magra, não envelhecer?”, questiona a entrevistada.