Babi Xavier é filha, mãe, apresentadora, atriz, cantora, modelo, influenciadora e futura psicóloga. Neste ano, passa a ser também quinquagenária. Canceriana assumida, a artista chega ao clube dos 50 neste sábado (6), e aproveita para fazer uma retrospectiva de sua vida, em entrevista ao gshow. Afinal, ela ainda quer ser mais.
“Quero apresentar um podcast sobre o dia a dia de cumplicidade feminina, cantar com uma banda espetacular de rock dos anos 80, 90 e 2000 em uma turnê pelo país, fazer uma personagem forte em um filme de ação, com muita cena de luta, perseguição, disfarce e armas de espionagem, participar de um musical e desenhar uma linha de roupas femininas”, conta.
Tendo começado na TV no final dos anos 80, em uma participação na extinta Manchete, Babi cresceu e amadureceu em frente às câmeras. Sua primeira novela foi “Perdidos de Amor” (1996), na Band, e logo depois estava em sucessos, como Por Amor (1997), o programa “Mochilão MTV” (1999), na primeira edição do reality show “A Fazenda” (2009), na Record, e na terceira de Popstar (2019).
“Para a realidade do nosso país, acho que tenho uma carreira com um bom saldo. Tenho um nome que volta e meia retorna com um feedback de credibilidade, e fico tranquila com isso. A carreira é a maior vitória da minha vida, é a maior paixão que eu tenho”.
“Consegui andar com muita disciplina, muito amor, muito empenho. Fui afinando as relações sociais nos bastidores, sempre fui muito moça ‘trabalhadeira’. Tem uma hora que o tamanho das decepções vai depender das expectativas da gente. Não quero ser melhor do que os outros, quero ser melhor do que eu era há 10 anos. A minha medida precisa ser eu, não pode ser o outro”, conta.
Tendo apresentado programas como o “Erótica MTV” (1999) e o reality “Ilha da Sedução” (2002), no SBT, Babi reflete sobre a fama de sex symbol que ganhou no final dos anos 90 e início dos 2000.
“Fui mulher, branca, hétero, cis, classe média, para ser apreciada, como muitas. Fui criada para não ser líder. Isso não era consciente nos meus pais, acho que se existissem todos os estudos de hoje, as escolhas dos meus pais seriam mais aderidas aos pensamentos atuais. Mas fui criada pelo senso comum. Quando te colocavam no lugar de linda, de sex symbol, você ficava agradecida, sentia um quentinho no coração. Era o lugar do ‘eu sou aceita'”.
“Fui vencendo isso aos poucos, e estou lutando contra isso até hoje, em outro nível do videogame. Os obstáculos são muito fortes, para mim e todas as mulheres da minha época. Você vê que quando você tenta ser livre, ter uma conduta mais consciente de si, você é afrontosa. […] Isso é triste”.
Os desafios da maternidade
Mãe da adolescente Cinthia Xavier, de 12 anos – fruto de seu relacionamento com o analista de sistemas Felipe Corrêa -, Babi abre o jogo sobre maternidade real.
“Quando me perguntam assim: ‘Você só tem ela?’… Não é só ela, é toda ela. Um ser humano cheio de complexidades. Não precisa ter dois, não precisa ter três: é toda ela. As pessoas ficam um pouco confusas. Mas é isso, maternidade mãe solo, mesmo”.
“Em eventos como a maternidade, você tem que estar forte. Se você não está forte, entre assim mesmo, mas se fortaleça. Porque não dá para fazer mais ou menos. Estou há 12 anos sendo mãe, e fiz tudo o que eu poderia, tudo o que estava ao meu alcance, tudo o que eu pude aprender rápido ou devagar, pedindo ajuda”, reflete.
Ela ainda aproveita para contar uma curiosidade envolvendo a filhota: o perfume que a pequena usa foi comprado pela atriz para compor uma das suas personagens favoritas da carreira, a geneticista alienígena Dra. Juli Di Trevi, de “Os Mutantes” (2008), trama da Record.
“Era um exercício enorme para os atores, trabalhar em cima de coisas que a gente não via, não convivia. Eu tinha perfume da personagem, inclusive um perfume chamado ‘Alien’. E foi uma coincidência, eu não acreditei. Minha filha usa essa fragrância até hoje, ama”, diz, aos risos.
Relacionamentos e vida a dois
Vindo de três casamentos e confessando que chegou a dispensar um cantor internacional famoso – “Eu ouvi dele: ‘Babi, você vai me desculpar, não quero ser arrogante, mas você foi a única mulher que me deu um não na vida'” – Xavier revela que encararia outro matrimônio, sim.
“Me casaria de novo, casar é muito bom! A gente deveria casar várias vezes. Estou solteira há muito tempo, desde quando o pai da minha filha terminou o terceiro casamento comigo. Este ano vou terminar minha faculdade, completo 50, minha filha faz 13, e estou me sentindo pronta para um relacionamento. Pronta porque vou saber com mais tranquilidade o que quero fazer e para onde já não quero mais ir”, pondera.
— Babi Xavier
Já quando o assunto é sexo, Babi entrega que é adepta dos populares vibradores.
“Ter um eletrônico em casa é maravilhoso, é um desestressor. Vou eu e os robozinhos, a gente tem várias zonas erógenas no corpo e não explora. Viva à internet, que traz o seu prazer na sua casa. Você vai lá, dá um clique. E não está caro hoje em dia. É autoconhecimento”.
Babi por Babi
Cultivando o amor próprio e estando em paz com sua imagem atual, a artista revela qual o segredo de beleza que tem como mantra.
“Tudo é feito na constância! É como escovar os dentes. Não tem porém, tem equilíbrio”.
Grata por sua família, pelos caminhos que trilhou na carreira e pela graduação em Psicologia que concluirá em 2024 – após sete anos de estudo -, Babi faz uma brincadeira de colocar no divã sua versão de três décadas atrás, no início da vida artística.
“Meu conselho seria: respire e se conforte no silêncio. Se dê tempo. Não importa o que está sendo requisitado de fora: antes, olhe para você. Você não é responsável por aquilo que cativa, o Pequeno Príncipe não pode ter sido tão cruel com a gente”, conclui, bem-humorada.