Por Dra Juliana de Rosis Dinato
Todo ano no verão, com o aumento das chuvas, temos a mesma preocupação: os pernilongos. Nessa época eles se proliferam, e com eles aparecem doenças como a dengue, a febre amarela, chicungunha, zika vírus… São doenças transmitidas através da picada do Aedes aegypti, do Haemagogus e do Sabethes, sendo o Aedes mais presente nas áreas urbanas.
Em primeiro lugar, devemos fazer a nossa parte como cidadãos, eliminando os criadouros artificiais, comuns no ambiente domiciliar. Por isso, é preciso vedar as caixas d’águas, colocar tela nos ralos e descartar adequadamente os objetos que podem acumular água como pneus e pratos das plantas.
A dedetização por empresa especializada reduz a quantidade de mosquitos na casa, mas deve-se seguir todas as orientações de tempo de afastamento da casa e limpeza após a sua realização.
As barreiras mecânicas como telas, mosquiteiros e roupas grossas, são os métodos mais seguros, principalmente para os bebês menores de 3 meses. Nos períodos do nascer e do pôr do sol as janelas devem ficar fechadas.
Os repelentes elétricos (com liberação de inseticidas) são úteis e diminuem a entrada dos mosquitos quando colocados próximos das janelas e portas. Deve-se tomar cuidado com os repelentes líquidos que podem ser retirados da tomada pela criança e acidentalmente ingeridos. Devem ser colocados a 2 metros de distância dos berços ou camas.
Aparelhos ultrassônicos ou que emitem luzes não possuem eficácia comprovada.
O óleo de citronela, por ser extremamente volátil, confere proteção curta e variável de menos de 20 minutos a até duas horas. Pode lesar tecidos e causar irritação de olhos e pele.
Os mosquitos coils (aparatos para repelir mosquitos com forma espiral) podem conter piretroides e formaldeído. A exposição repetida pode levar a doença pulmonar, incluindo câncer de pulmão.
REPELENTES TÓPICOS:
O uso de repelentes tópicos em lactentes acima de 6 meses está restrito a uma aplicação ao dia.
Nos bebês com mais de 2 meses é aceitável o uso de repelentes apenas em situações de exposição intensa e inevitável a insetos, sempre pesando o risco e o benefício, pois apesar de ser liberado pelas agências de regulação, há escassez de artigos científicos que avaliem a segurança de repelentes nesta faixa etária.
O uso de repelentes tópicos em lactentes acima de 6 meses está restrito a uma aplicação ao dia.
Entre 1 e 12 anos podem ser utilizadas duas aplicações ao dia.
A partir de 12 anos de idade, podem ser realizadas duas a três aplicações ao dia.
Os repelentes mais utilizados são:
Base de DEET: permitindo em crianças em concentração até 30%, liberado pela ANVISA a partir de 2 anos, com proteção média de 2 horas (em concentração 10%) até 6 horas (em concentração 30%)
Base de Icaridina: proteção maior e mais duradoura que o DEET, podendo a chegar até 12 horas, podem ser utilizados em situações especiais a partir de 2 meses.
Bade de IR 3535: Em concentração de 20% é eficaz por um período de quatro a seis horas. Seu uso é recomendado a partir de 6 meses de idade.
USO SEGURO DO REPELENTE TÓPICO:
- Aplicar o repelente em loção, spray ou gel apenas na pele exposta, obedecendo ao rótulo dos produtos quanto à idade e tempo de reaplicação.
- As recomendações de uso variam entre os produtos – ler sempre a bula
- Aplicar nas mãos do adulto e depois na pele da criança
- Lavar as mãos após a aplicação
- Remover no banho depois da exposição
- Não aplicar na pele com lesões ou ferimentos
- Não aplicar nos olhos e na boca
- Crianças não devem manipular repelentes
Pulseiras embebidas em repelentes (com DEET, por exemplo) não são indicadas, pois a repelência se dá por evaporação do princípio ativo sobre a pele e, comprovadamente, só protege até 4 cm da área aplicada
ATENÇÃO: Não é recomendado utilizar produtos que combinem filtro solar com repelentes, pois os filtros solares têm que ser reaplicados mais vezes durante o dia do que os repelentes. Aplicar primeiro o filtro solar e na sequência o repelente!
Com carinho
Dra Ju