A viúva do cantor Claudio Rodrigues de Mattos, o Claudinho da dupla com Buchecha, entrou na Justiça do Rio após descobrir que o cemitério do Carmo, na Zona Portuária do Rio, tirou os restos mortais do corpo do artista do jazigo onde estava sem autorização.
Claudinho morreu em um acidente de carro em julho de 2002.
Ela pede indenização por danos materiais e morais. Os restos mortais do corpo do cantor, segundo documento da defesa de Vanessa Alves Ferreira, foram parar em um nicho dentro do próprio cemitério.
Além do nome de Cláudio, estavam nesse espaço os nomes de outras sete pessoas. Esse tipo de local é reservado apenas para restos mortais, enquanto os jazigos podem guardar corpos sepultados e cinzas de outras pessoas da mesma família.
Na petição inicial do processo, Vanessa ainda alega que ela jamais foi comunicada da exumação do corpo, que ocorreu em 2021, segundo a ordem religiosa responsável pelo cemitério.
A viúva afirma no documento que só descobriu toda a situação após a reclamação de um fã que foi visitar o jazigo de Claudinho e viu que lá estavam os restos mortais de outra pessoa. Quando foi ao local, Vanessa comprovou a denúncia do fã.
Nos documentos do processo ao qual o g1 teve acesso, a administração do cemitério diz que tentou comunicação com a viúva, através de um telegrama. Porém, segundo a viúva, esse telegrama jamais foi recebido.
Vanessa pede que a Venerável Arquiepiscopal Ordem Terceira da Nossa Senhora do Monte Carmo, responsável pelo cemitério, pague R$ 1 milhão em danos morais e R$ 127 mil em danos materiais, alegando o pagamento do jazigo perpétuo em 2002, ano da morte do cantor.
Além disso, ela pede na Justiça que os restos mortais de Claudinho sejam tiradas do nicho onde estão atualmente e voltem ao jazigo 7471, com a ordem responsável por todas as despesas de transferência.
Viúva pede gratuidade
Vanessa ainda pediu gratuidade no processo. Segundo ela, que apresentou vários documentos à Justiça comprovando sua situação financeira, o processo de inventário de bens deixados por Claudinho segue em trâmite em uma vara cível. Portanto, ainda não existe uma partilha.
A Justiça autorizou a gratuidade no processo, que segue tramitando na 1ª Vara Cível Regional da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro.