Copenhagen Fashion Week: inclusão, sustentabilidade e moda minimalista marcam a temporada

Nova Iorque, Londres, Milão e Paris seguem como as capitais inabaláveis da moda, mas a vizinha Copenhague está expandindo seu quintal a cada temporada. A semana de moda dinamarquesa, que começou na última segunda-feira (5), chegou ao fim nesta sexta (9) apresentando coleções atemporais, mais usáveis e focadas na sustentabilidade — algo escasso no circuito tradicional das fashion weeks.

Além das roupas em si, a Copenhagen Fashion Week tem se tornado relevante por suas práticas sociais. Veja o que foi destaque nesta temporada!

Brasil na passarela

João Maraschin desfila na Copenhagen Fashion Week — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

João Maraschin desfila na Copenhagen Fashion Week — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

Enquanto as atletas brasileiras viraram assunto na mídia internacional, na moda é o estilista João Maraschin quem está conquistando espaço entre os desfiles europeus. O gaúcho de Caxias do Sul apresentou a coleção “Road Trip” recheada de vestidos, tops e suéteres de tricô e crochê desenvolvidos em parceria com artesãs do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

O trabalho manual do designer, que já havia sido aplaudido no SPFW de 2023, apareceu com as conhecidas tramas abertas, em degradês de cores quentes, estampas abstratas e peças com longas franjas.

Preocupação com o meio ambiente

Desfiles da Lovechild 1979 e (di)vision na Copenhagen Fashion Week — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

Desfiles da Lovechild 1979 e (di)vision na Copenhagen Fashion Week — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

O foco no meio ambiente é o principal pilar do evento, que possui uma lista de “requisitos de sustentabilidade” que precisam ser seguidos por todas as marcas que integram (ou desejam integrar) o calendário da Copenhagen Fashion Week.

A organização do evento assina a Carta Ética da Moda Dinamarquesa e está comprometida com a redução de emissões de gases do efeito estufa, além de compensar as emissões inevitáveis. Seu “Plano de Ação”, como foi batizado, permite apenas que marcas “cujos esforços de sustentabilidade cumpram os padrões mínimos” sejam consideradas para desfilar no evento. Entre os critérios do documento estão:

  • Estratégias socioambientais
  • Processos de contratação que promovam diversidade e inclusão, especialmente em cargos de liderança
  • Não destruir roupas que não foram vendidas ou amostras de coleções anteriores
  • Foco na qualidade e vida útil dos produtos (e deixar o cliente ciente de tais dados)
  • Escolha inteligente de materiais que possam ser reparados, reciclados ou reutilizados
  • Ao menos 60% da coleção deve ser certificada, feita de materiais preferenciais ou parados no estoque
  • Não usar embalagem plástica descartável na produção das vitrines e descartar corretamente todos os resíduos

Inclusão nos desfiles

Desfiles da MUNTHE e Baum und Pferdgarten na Copenhagen Fashion Week — Foto: Helle Moos/Reprodução/Instagram

Desfiles da MUNTHE e Baum und Pferdgarten na Copenhagen Fashion Week — Foto: Helle Moos/Reprodução/Instagram

Comparado às principais semanas de moda — incluindo a SPFW — Copenhague também contrasta quanto ao casting diverso e inclusivo: modelos gordas, pessoas com deficiências físicas e visuais cruzaram a passarela de etiquetas como Fine Chaos e a estreante Sinead O’Dwyer. Segundo dados do site americano “Vogue Business”, apenas 0,8% dos modelos são plus size… Menos de 1% entre as quatro principais fashion weeks.

Desfile das marcas Fine Chaos e Sinead O’Dwyer, em Copenhagen, têm modelos PcD — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

Desfile das marcas Fine Chaos e Sinead O’Dwyer, em Copenhagen, têm modelos PcD — Foto: James Cochrane/Reprodução/Instagram

Foi a primeira vez que o evento dinamarquês teve uma modelo cega em um desfile e foi Lucy Edwards, jornalista, ativista PCD e influencer do Reino Unido, quem deu este representativo passo na grife, também britânica, Sinead O’Dwyer. No Brasil, a LED é uma das marcas que reforça a importância da diversidade em seu casting, que já contou com a participação de Fernando Fernandes.

Looks atemporais

Desfiles da Lovechild 1979 e Mark Kenly Domino Tan na Copenhagen Fashion Week — Foto: Cecilie Jegsen/James Cochrane/Reprodução/Instagram

Desfiles da Lovechild 1979 e Mark Kenly Domino Tan na Copenhagen Fashion Week — Foto: Cecilie Jegsen/James Cochrane/Reprodução/Instagram

E como o evento foca em causar o menor impacto possível ao meio ambiente, é natural que as 25 marcas do line-up também priorizem por criar coleções que atendam às necessidades do público e sejam usáveis no dia a dia, mas sem deixar a vibe conceitual de lado.

A Another Aspect, Rotate, Baum und Pferdgarten e Lovechild 1979 são algumas das etiquetas que misturaram looks básicos e minimalistas com detalhes esculturais, mas que não estão atrelados, necessariamente, a alguma tendência do momento.

Desfiles da Baum und Pferdgarten na Copenhagen Fashion Week — Foto: Helle Moos/Reprodução/Instagram

Desfiles da Baum und Pferdgarten na Copenhagen Fashion Week — Foto: Helle Moos/Reprodução/Instagram

Desfiles da Rotate Copenhagen Fashion Week — Foto: Caroline Ryan/Reprodução/Instagram

Desfiles da Rotate Copenhagen Fashion Week — Foto: Caroline Ryan/Reprodução/Instagram

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